Ninguém pede demissão de uma casa onde se sente inteiro.
- Kleber Rodrigues
- 10 de jun.
- 2 min de leitura
Mas empresas ainda tratam retenção como quem troca as almofadas enquanto a fundação afunda, o RH empacota pesquisas, gestores desenham programas e... o melhor talento vai embora. Silenciosamente. Como quem apaga a luz ao sair.
Mentoria não é mimo. É alicerce.
Ela não resolve tudo. Mas escancara onde "a cultura come a estratégia no café da manhã". E onde o turnover não é falha técnica, mas sintoma de abandono simbólico.
Quer dados? Vamos lá:
- Mentorias estruturadas cortam a rotatividade em até 32% (togetherplatform.com).
- Em cargos-chave, perder uma pessoa custa 213% do salário anual (blog.bgcbrasil.com.br).
Não é opinião. É drenagem financeira!
Imagine um cano furado que você insiste em polir com flanela!
Vamos de um caso real?
Teresa (o nome fictício, claro) era gerente. Três seniores pediram pra sair. Um atrás do outro. Cada adeus era um rombo de entrega, um atraso no cliente, um soco na planilha.
Ela entendeu: não adiantava contratar mais rápido. Era preciso criar razões pra ficar.
Propôs um programa de mentoria. Dois executivos se tornaram mentores. Três meses depois, os mentees falavam de clareza, sentido, pertencimento.
E Teresa descobriu: mentoria não é sobre ensinar. É sobre reconstituir o fio.
O fio que liga o dia a dia ao que realmente importa.
Vamos aos mitos que fazem diretores bocejarem nas reuniões de cultura:
1) "Mentoria é filantropia corporativa." Mentoria é ROI, não mimo. Menos turnover, mais cultura viva, produtividade com raiz. Gestor não é terapeuta, mas pode ser vacina.
2) "Mentoria é pra junior." Mentorados e mentores que participam de programas sérios têm taxas de retenção de 72% e 69% respectivamente, contra 49% sem mentoria (mentorloop.com, togetherplatform.com). Quem ensina, fixa. Quem escuta, fica.
3) "Mentoria é conversa fiada." Mentoria é pipeline. É onde a cultura se passa de mão em mão sem virar cartaz de parede. Sem ela, a sucessão vira susto.
Quer fazer começar amanhã?
- Mapeie os desafios reais dos futuros mentorados. Nada de conversa genérica.
- Escolha mentores que não brilham apenas no LinkedIn, mas no corredor também.
- Faça encontros curtos, mas com pauta e coragem.
- Defina metas de engajamento (depois falo do fracasso do SMART). Mede antes, durante, depois.
- Reconheça em público. Não é ego. É ritual.
Agora pensa:
A sua cultura é uma promessa que as pessoas querem cumprir ou um slogan que elas aprendem a ignorar?
"Mentoria não é o elixir da juventude corporativa. É o antidoto contra o cinismo que cresce quando a empresa só cobra, mas não escuta."

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